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Counter-Strike: a história do jogo que há 12 anos conecta milhões de jogadores pelo mundo
desevolvimento e modificação anexado ao jogo, rapidamente o lado criativo e desenvolvedor do rapaz começaria a falar mais alto.
Baseando-se
em operações realizadas por fuzileiros navais, Minh Le começou a criar o
seu primeiro mod para o Quake, intitulado Navy SEALs. Nele o jogador
assume o papel de um soldado da tropa especial de fuzileiro navais dos
Estados Unidos, ganhando oponentes e uma série de armas que não estavam presentes na versão original do Quake; como pistolas com mira à laser, escopetas e submetralhadoras.
O Navy SEALs já apresentava uma pequena parte das características do Counter-Strike
Após o lançamento do Quake 2, Le migrou para a nova plataforma
e trabalhou no desenvolvimento do game Action Quake 2, que se parecia
cada vez mais com o grande sucesso que jogamos até os dias de hoje,
sendo inclusive escolhido pela própria id Software para integrar um
pacote oficial de mods.
Imagem do Action Quake 2: Alguem mais viu uma singela semelhança com o mapa cs_assault ou a poderosa Colt?
E nasce o grande clássico
O
tempo passou e já no quarto ano do curso de Ciências da Computação, Le
começou a editar conteúdo para o recém lançado Half-Life, cujo motor de
construção possuia muitas semelhanças com os do Quake e Quake 2. Neste
período o desenvolvedor conheceu Jess Cliffe, iniciando finalmente a
construção do mod que se tornaria até mesmo mais famoso do que o próprio
jogo de origem, o Counter-Strike.
Minh Le à esquerda e Jess Cliffe à direita, os dois grandes responsáveis pela criação do CS
O
espiríto CS aumentou até o ponto em que Le passou a se dedicar mais ao
mod do game do que ao seu curso universitário, hoje vemos que esta foi
uma ótima decisão - pelo menos para nós jogadores. Além de trabalhar no
desenvolvimento do Counter-Strike, Cliffe cedeu sua voz para os famosos
comandos de rádio que utilizamos nas partidas, conferindo ainda mais
vida para o jogo.
Muitas versões beta do jogo foram lançadas até o mundo conhecer esta quase inesquecivel tela
Depois
de um intenso trabalho da equipe inicial de desenvolvimento, em 19 de
junho de 1999 é lançado primeiro beta aberto do CS; a partir deste
momento o jogo passou a ter atualizações quase semanais e a criar sua
imensa legião de fãs. Após um pouco mais de 1 ano e 19 versões beta, que
moldaram o jogo e removeram erros, foi lançada a versão 1.0.
O ínicio da era Valve
Já
a partir da quarta versão beta a Valve, desenvolvedora do Half-Life,
começou a ajudar Minh Lee no desenvolvimento do CS, observando é claro o
enorme sucesso que estaria por vir. Em agosto de 2000, com a ajuda da
Valve, a grande distribuidora de jogos Sierra obteve autorização para
comercializar o Counter-Strike como uma extensão do Half-Life,
rentabilizando aquilo que antes era apenas um passatempo.
Ao invés de espantar jogadores, a nova forma de distribuição consolidou de vez o Counter-Strike
A
distribuição por parte da Sierra era realmente aquilo que faltava para
que o CS fosse indicado como jogo do ano por centenas de revistas ao
redor do mundo. Com a verdadeira febre que criaram, Minh Le e Jess
Cliffe foram contratados pela própria Valve para dar continuidade no
desenvolvimento do Counter-Strike e de um possível sucessor, o
Counter-Strike 2, que acabou sendo descontinuado.
Vídeo feito por fãs demonstrando boas jogadas no CS 1.6
Um jogo cada vez mais profissional
Embalada pela a febre do Counter-Strike e o alto preço cobrado pela Internet banda larga, que continua até hoje, ocorreu a explosão de criação das LAN houses no Brasil
e em vários outros lugares do planeta. De repente ir até a Lan house e
desafiar amigos ou desconhecidos no CS se tornou um passatempo quase
obrigatório para os adolescentes, contagiando depois pessoas de várias
outras faixas etárias.
O sucesso do CS não só impactou a industria dos games como também abriu espaço para as LAN houses em todo o mundo
Com
a grande quantidade de investimentos, tanto no desenvolvimento quanto
na promoção do jogo, começaram a surgir campeonatos mundiais de
Counter-Strike como World Cyber Games (WCG), World e-Sports Games (WEG) e
Electronic Sports World Cup (ESWC). Neste momento jogar se tornou realmente uma profissão com patrocinadores, prêmios em dinheiro e intermináveis horas de treino.
Final nacional do torneio WCG 2010, que também trouxe Counter-Strike dentre os títulos de competição
Novas versões
Em
15 de setembro de 2003 foi lançada a versão 1.6 do Counter-Strike, a
qual se mantém até os dias atuais como segundo jogo com o maior número
de usuários da plataforma Steam, também da Valve e lançada na mesma
época. Esta versão acabou desagradando bastante os antigos jogadores
pela inserção do polêmico escudo para os CTs (contra terroristas), o
qual os impede de serem baleados pela frente.
A tropa de elite do CS ganha escudos na versão 1.6 do jogo, desagradando muitos jogadores
Mesmo com todo este sucesso, faltava ainda um modo campanha para o CS,
pois até então ele podia somente ser jogado com outros jogadores ou
então com o auxilio de bots, oponentes controlados pelo computador que
simulam a ação de humanos em partidas multiplayer. A Valve vislumbrando
esta possibilidade entregou nas mãos da Rogue Entertenaiment o
desenvolvimento do Condition Zero.
O Condition Zero sofreu vários problemas e atrasos durante seu desenvolvimento
Em março de 2004, depois de passar também pelas mãos da empresa Gearbox Software, o Counter-Strike: Condition Zero foi finalmente terminado pela Turtle Rock Studios.
Nele foram aperfeiçoados os modelos e texturas do jogo original,
conferindo um melhor visual e inteligência artificial, aperfeiçoada dos
bots que surgiram na versão 1.6; para consolidar todas estas
características foram criadas dezenas de missões com objetivos
distintos.
O grande salto visual na engine Source
Mesmo
com o lançamento do Condition Zero, a Valve tinha um plano ainda mais
ambicioso para a franquia Counter-Strike, aproveitando-se desta vez com a
avançada física do Half-Life 2 e os gráficos de fazer inveja até mesmo
para alguns jogos atuais. Mesmo com toda esta qualidade, a nova versão
lançada em 2004, acabou não agradando a todos os jogadores.
Cenário de_dust construído sobre a engine Source do mais novo CS
Dentre
as maiores reclamações está a jogabilidade um pouco amarrada, que
acabou deixando para atrás a agilidade e os rápidos reflexos de sua
versão anterior, que acabou mantendo-se como oficial para a maioria dos
campeonatos. Pior ou não, é algo imperdivel para os amantes do CS
conferir as versões remodeladas de mapas como de_aztec, cs_assault,
de_dust2, de_inferno e tantos outros no Source.
O Counter-Strike: Source, cumpriu seu objetivo ao conquistar as novas gerações de jogadores
A polêmica do CS no Brasil
Em
decisão tomada pelo juiz federal Carlos Alberto Simões de Tomaz,
atuante na 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas
Gerais, a venda de artigos relacionados aos jogos Counter-Strike e
EverQuest passou a ser proibida em 17 de janeiro de 2008. Segundo o juiz
os jogos "trazem imanentes estímulos à subversão da ordem social,
atentando contra o estado democrático e de direito e contra a segurança
pública, impondo sua proibição e retirada do mercado".
O mapa criado pelo jogador Mataleone traz sons, texturas e imagens totalmente temáticos
Segundo
notícias da época toda a polêmica teria sido gerada por um mapa feito
pelo jogador brasileiro Mataleone, inspirado nas favelas do Rio de
Janeiro, o famoso cs_rio. Nele os CTs precisam subir o morro para
resgatar reféns que ficaram em poder dos traficantes; sendo este um dos
melhores mapas já criados para o Counter-Strike 1.6, presença confirmada
nos melhores servidores.
A decisão da justiça acabou gerando manifestações na Campus Party 2008
Felizmente
em junho de 2009 a comercialização do CS foi novamente permitida pelo
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, localizado em Brasília, mediante
argumentação da distribuidora Eletronic Arts de que o jogo já havia
sido marcado como impróprio para menores de 18 anos; tendo seu público
maior de idade o discernimento necessário para não levar o jogo para a
vida real. Depois deste caso não houveram outras proibições de grande
repercussão contra jogos no país, pelo bem da democracia.
E o futuro?
O
futuro do Counter-Strike ainda é incerto diante do atual baixo
interesse da Valve em lançar novidades, mas com certeza as versões 1.6 e
Source ainda estarão presentes por um bom tempo para que as futuras
gerações também conheçam o prazer de um headshot perfeito e a raiva que ficamos de um camper sem objetividade.
Nas
próximas matérias você encontra um breve tutorial de instalação do
Counter-Strike 1.5, mais fiel ao modelo clássico de jogo, sobre o
próprio Half-Life tradicional e também dicas e comandos para controlar
seu próprio servidor.